Introdução
Se tem uma coisa que você não quer descobrir no meio de uma trilha de 170 km, é que sua mochila está carregada com coisas inúteis. Mas foi exatamente isso que aconteceu com a gente no Tour du Mont Blanc. No primeiro dia, com as mochilas parecendo malas de acampamento militar, eu e a Dani percebemos que tínhamos cometido o clássico erro de iniciantes: levar mais do que precisávamos.
A primeira pausa foi no Airbnb, e eu já estava com as costas pedindo socorro. Quando abrimos as mochilas para ver o que dava para aliviar, a Dani encontrou nada menos que cinco mosquetões pesados que eu “achei que seriam úteis” (para quê, não faço ideia até hoje). Ela, por sua vez, estava com uma coleção de frascos de floral e outras coisinhas esotéricas que não resistiram ao corte. No fim, deixamos cerca de 10 kg para trás. Foi uma lição dolorosa — literalmente — sobre como viajar leve é essencial.
O Que Aprendemos Sobre Equipamentos no Tour du Mont Blanc
O Tour du Mont Blanc é um teste não só para as pernas, mas também para o planejamento. Levar os equipamentos certos faz toda a diferença entre uma trilha que você curte e uma que você sobrevive. Aqui estão algumas lições valiosas:
- O peso da mochila deve ser sempre funcional, e cada item precisa ter uma justificativa sólida.
- Equipamentos subutilizados não são apenas um peso físico, mas também mental. Nada mais frustrante do que carregar algo que você nunca usa.
- Testar os itens antes da viagem é fundamental. Uma mochila mal planejada pode transformar uma experiência incrível em uma verdadeira tortura.
Equipamentos Essenciais que Não Podem Faltar
Após a limpeza radical nas mochilas, reduzimos tudo ao essencial. Esses foram os itens que realmente fizeram a diferença:
- Mochila leve e funcional: Escolhemos mochilas entre 40 e 50 litros, com ajuste lombar e bolsos estratégicos. A ergonomia salvou nossas costas durante as longas jornadas.
- Roupas de camadas: O clima nos Alpes muda rapidamente. Ter roupas leves, térmicas e impermeáveis nos salvou em várias situações inesperadas.
- Bastões de caminhada: Essenciais para estabilidade, especialmente em descidas íngremes. Ajudaram a reduzir o impacto nas articulações.
- Botas adequadas: Investimos em calçados impermeáveis e confortáveis. Os pés agradeceram depois de horas de caminhada em terrenos variados.
- Itens de primeiros socorros: Pequenos, mas indispensáveis. Band-aids, anti-inflamatórios e pomadas antiassaduras foram nossos melhores amigos.
- Crampons: Embora estivéssemos no início do verão, encontramos muita neve. Eles foram indispensáveis em vários trechos mais complicados.
- Sistema de hidratação: Levamos garrafas dobráveis e um camelback. Leves, práticos e essenciais para manter a hidratação constante.
Equipamentos que Levamos e Foram Subutilizados
Mesmo com um bom planejamento, ainda cometemos erros. Aqui estão os maiores culpados:
- Mosquetões pesados: Pareciam úteis no planejamento, mas acabaram sendo puro peso morto.
- Roupas de “sair”: Um erro clássico. Não houve ocasião para usar roupas que não fossem práticas.
- PowerBank: Embora importante em algumas viagens, todas as acomodações tinham tomadas. Foi um peso desnecessário.
- Tênis extra: Descobrimos que a combinação bota para caminhada e chinelo para descanso era suficiente.
- Florais e “apetrechos extras”: Apesar das boas intenções, ficaram esquecidos na mochila.
- Itens “para o caso de”: A frase “para o caso de” nos fez levar itens que nunca foram usados.
Como Planejar Melhor os Equipamentos para Trilhas Longas
Se pudesse voltar no tempo, teria feito algumas perguntas antes de colocar qualquer coisa na mochila:
- Isso tem um uso específico ou vai “talvez” ser útil?
- É leve o suficiente para justificar o peso extra?
- Já testei esse equipamento em casa?
- Realmente preciso disso ou estou levando por segurança emocional?
Além disso, testar tudo antes da viagem teria nos poupado muito esforço. Montar a mochila de forma minimalista requer foco no que realmente importa, priorizando praticidade e funcionalidade.
Top 5 Equipamentos de Camping Minimalista para Viagens
Se tem uma coisa que eu e a Dani aprendemos vivendo como nômades, é que menos é mais — especialmente quando se trata de camping. Vou ser sincero: no início, a ideia de carregar só o essencial parecia algo que eu dominava. Mas aí você me vê com uma mochila cheia de “coisas indispensáveis” (leia-se: inúteis) enquanto a Dani me olha com aquele ar de “te avisei”.
Foi só depois de algumas trilhas e campings (e dores nas costas) que entendemos o verdadeiro significado de minimalismo. Hoje, vou compartilhar os equipamentos que salvaram nossas aventuras e como mantivemos o equilíbrio entre praticidade e conforto.
O Que Levar em Conta ao Escolher Equipamentos Minimalistas
- Qualidade e funcionalidade: Não economize em itens essenciais. É melhor investir em algo durável do que comprar dois ou três substitutos.
- Compactação: Equipamentos que ocupam menos espaço são indispensáveis.
- Versatilidade: Priorize itens que têm mais de uma função.
Com essas diretrizes em mente, aqui estão os cinco equipamentos que transformaram nossas aventuras:
- Fogareiro compacto: Essencial para quem cozinha ao ar livre, ocupa pouco espaço e é extremamente funcional.
- Saco de dormir ultraleve: Conforto e compactação em um único item. Essencial para noites bem dormidas sem carregar peso extra.
- Lanterna de cabeça: Pequena, prática e indispensável para atividades noturnas.
- Colchonete inflável: Um bom equilíbrio entre conforto e portabilidade.
- Faca multiuso: Versátil e útil em diversas situações.